terça-feira, 26 de maio de 2009

Artesão malha no artista

Atenção: quem for artista leia isto à vontade, quem se acha artista só porque pegou numa trincha e pintou o quarto, tenha receio, se não é artista, salte esta posta, porque isto não interessa a ninguém e entretenha-se com os seus problemas normais, só vou escrever isto porque não tenho mais nada para fazer mas também porque tenho reparado que ser artista não é fácil, é preciso ser-se muito artista para ser artista. No outro dia convidaram-me para ir jogar bowlling, nem sei escrever esta palavra em Português, como não quero morrer tanso, lá decidir ir até a um recinto onde se joga o dito jogo. Mal lá cheguei fiquei animado, porque a moça por detrás do balcão tinha uma cara bem laroca, mas mal vi o preço por pessoa, fiquei fodido e arrependi-me logo de ter alinhado na brincadeira. Eu cá não sou desses jogos paneleiros, que só me lembram os filmes americanos, como por exemplo o Big Lebowski, de um dos irmãos Coen, pensei eu. Mas já que ali estava, tinha que jogar, e lá paguei eu o bilhete, logo de seguida a menina perguntou-me quanto calçava, temi o pior e pensei que ela me queria foder os sapatos, mas não, afinal só queria saber o número pois tinha que usar uns sapatos especiais, ainda lhe disse que usava os meus mas ela disse que não podia ser e tinha que seguir o regulamento, pois de outra forma não podia jogar. Lá calcei as sapatas que me deram, e depois de calçadas até que gostei de me ver com aquilo e ainda pensei em trazer aqueles calçados e deixar ali os meus. O pessoal com quem fui, já era experimentado no jogo e tentaram-me logo explicar em que consistia aquilo, eu fiz-me de burro e fingi que nem sabia o que era aquela merda. A única coisa que me fez confusão foi os buracos nas bolas, não sabia como pegar naquela merda, eles lá explicaram a técnica, enquanto falavam eu pus-me a observar uma gaja que estava no campo ao lado e que era bem boa, mas que também tinha uma grande técnica de bolas. Nas primeiras 3 jogadas, estava em último , mas depois de ver como aquela merda deslizava, e de perceber o peso certo da bola que tinha que utilizar, mais ninguém me parou e a partir daí nunca mais saí do primeiro lugar. Os tansos, armados em campeões e foi preciso ir um gajo pela primeira vez para ensinar aos pategos como se faz. Eles lá vieram com a conversa de que era sorte de principiante e essas desculpas foleiras, mas a verdade é que eles desprezaram as minhas capacidades e habilidades e isso foi fatal. Já lhes disse que quando quiserem ir jogar um golf ou squash me podem convidar,mas também só vou ser for ao perde paga, até porque estes jogos das elites são caros e básicos como ó caralho e depois os gajos da cidade, filhos de papai, são muito fracos no que toca a desportos de técnica fina. No final da sessão lá voltei para casa com a impressão que jogar uns matraquilhos, à malha ou um bom jogo de flippers, é bem mais dificil e dá muito mais prazer.