domingo, 21 de março de 2010

O eterno vagabundo

Era uma vez um homem de meia idade, chamado Bill. Tinha a pele branca, o cabelo desgrenhado e deslavado com alguma caspa visível, no corpo trazia umas calças de ganga gastas e sebosas presas por um lenço vermelho desfiado. Vestia um casaco de malha cinzento e por cima trazia um outro casaco azul com garruço e nos bolsos carregava lenços, chaves, pastilhas e um maço de tabaco. Bill passava o tempo a fumar e a olhar para o chão, não gostava de olhar para as pessoas e desconfiava de todos. As chaves que trazia era as que por vezes encontrava perdidas no chão das calçadas. Ele não tinha casa, nem caro nem ninguém a quem entregar as chaves. A sua casa era um banco de rua durante o dia e o mesmo banco com cobertores durante a noite. Bill abandonou a casa e a família há cerca e 10 anos. Ela foi a razão de ter abandonado a pequena aldeia onde morava, perdida no meio das montanhas, onde trabalhava nas plantações de chá.
Um certo dia Bill, acordou com um amontoado de pessoas a olhar para ele. Gritou para que saíssem dali, enquanto se escondia nos cobertores que o cobriam. As pessoas não resistiram a tirar fotografias e a tentar tocar-lhe o corpo frágil e esguio.
Bill, agarrou no saco onde guardava as suas recordações e saiu apressadamente daquele lugar, mostrando a sua agressividade com os que o perseguiam.
As pessoas pasmavam com a sua beleza mas, estranhamente ignoraram o homem de olhar doce e distante durante muito tempo e só olharam para ele de outra forma quando fez capa numa conhecida revista. Os dias de Bill continuavam iguais e ele não percebia a razão pela qual as pessoas não paravam de perseguir.
Temia que as pessoas lhe queriam fazer mal e terminou com a sua vida, voando de braços abertos em direcção ao rio. O corpo de Billl nunca apareceu, dizem que foi em direcção à aldeia onde abandonou o passado. A única coisa que deixou foi o saco que sempre o acompanhou e onde foram descobertas a fotografia de duas crianças e uma mulher.
Há quem diga, que eram os filhos e a mulher que ele amava, e que foi por eles que fugiu para cumprir a penitência dos erros do passado.

quarta-feira, 17 de março de 2010

Rainer Maria Rilke

O Anjo

Com um mover da fronte ele descarta
tudo o que obriga, tudo o que coarta,
pois em seu coração, quando ela o adentra,
a eterna Vinda os círculos concentra.

O céu com muitas formas Ihe aparece
e cada qual demanda: vem, conhece -.
Não dês às suas mãos ligeiras nem
um só fardo; pois ele, à noite, vem

à tua casa conferir teu peso,
cheio de ira, e com a mão mais dura,
como se fosses sua criatura,
te arranca do teu molde com desprezo.

domingo, 14 de março de 2010

Nada para dizer agora,

Andava o homem atarefado, preocupado com o a lenha para aquecer a sua Maria. O dia era frio e o cão já não se agitava como de costume. O tempo começava a escurecer, e ele decidiu vir embora. O frio era imenso e nem o gorro e as luvas de malha o deixavam animado. Sentou-se no tractor, acendeu um cigarro, o cão subiu para o atrelado e abandonaram a fazenda. E lá seguiu viagem devagarinho,de cigarro no canto da boca, como habitualmente pelo estreito caminho, tentando não ser apanhado pelas silvas. O cão estranhamente começou a ganir, Manuel, parou, virou-se para trás, para ver qual o sinal que o cão estava a dar. Olhou para todos os lados, e como não viu nada, continuou andar. Passado uns minutos parou, saiu do tractor e encostou-se a um molhe de videiras que ali havia. A sua respiração acelerou, segurou o cão pela trela e disse - também tu pobre cão hás-de chegar à minha idade. Subitamente, fechou os olhos, a respiração começou a ficar mais calma e partiu.
Não vale a pena, pensar nos porquês!! A vida passa por todos, e todos passam por ela.
Maria continua em casa, com os gatos, entretem-se a dar comida aos pássaros e a limpar os retratos de Manuel. Sempre que chega o padeiro aproveita para por a conversa em dia com as vizinhas que vão chegando. Uma vez por outra lá vai à feira e espera todos os dias, que o destino a venha buscar.
Não vale a pena, pensar nos ses!O destino, a todos chama.

Nada a dizer

Só para dizer que não tenho nada a dizer. Tenho não dito.Boa Noite.

Ou talvez sim

sexta-feira, 5 de março de 2010

Dou-lhe com o Pitágoras

Conheço as minhas limitações. Sei que não sei tocar piano nem falar Francês. Sei também que os Timorenses adoram este Blog e sei também que os Brasileiro devoram este Blog. No entanto desconfio que alguns Portugueses gostam de provar o sabor azedo deste Blog. Sei que me falta saber muita coisa, mas sei também que sei algumas coisas. Estou ciente das minhas limitações. Sei o Teorema de Pitágoras, sei quem foi o primeiro Presidentes dos States e sei para aí meia dúzia de provérbios populares. Sei a histórias das principais religiões e sei decor os os titulares da selecção do Gana. Mas, admito que não sei escrever a palavra decor nem onde foi assinado o tratado de Maastricht. Confesso que não percebo nada da merda das regras que há para a puta da escrita. Ignoro completamente essas merdas inventada por uma finecos do caralho e que só interessa aos finecos do caralho iguais a eles. A mim tanto me faz que se escreva assim como assado a palavra vagina, pois para mim sempre foi co.... Puta que pariu os gajos que escrevem direitinho de mais e que se gabam que em vez de dizer prontos dizem pronto. Quero que estas e outras merdas, que agora não me lembro se vão foder, até porque era homenzinho para aqui escrever em cinco minutos a história do Tratado de Tordesilhas ou, outras historieta maluca das que há para aí e que muitos se gabam de sabr de trás para a frente, só para terem a mania que são superiores. Podia escreve mas, não vou escrever porque, aqui escrevo o que me apetecer, e isto já anda com muitos Espanhóis. Cá comigo não há tratados Ibéricos.