domingo, 14 de março de 2010

Nada para dizer agora,

Andava o homem atarefado, preocupado com o a lenha para aquecer a sua Maria. O dia era frio e o cão já não se agitava como de costume. O tempo começava a escurecer, e ele decidiu vir embora. O frio era imenso e nem o gorro e as luvas de malha o deixavam animado. Sentou-se no tractor, acendeu um cigarro, o cão subiu para o atrelado e abandonaram a fazenda. E lá seguiu viagem devagarinho,de cigarro no canto da boca, como habitualmente pelo estreito caminho, tentando não ser apanhado pelas silvas. O cão estranhamente começou a ganir, Manuel, parou, virou-se para trás, para ver qual o sinal que o cão estava a dar. Olhou para todos os lados, e como não viu nada, continuou andar. Passado uns minutos parou, saiu do tractor e encostou-se a um molhe de videiras que ali havia. A sua respiração acelerou, segurou o cão pela trela e disse - também tu pobre cão hás-de chegar à minha idade. Subitamente, fechou os olhos, a respiração começou a ficar mais calma e partiu.
Não vale a pena, pensar nos porquês!! A vida passa por todos, e todos passam por ela.
Maria continua em casa, com os gatos, entretem-se a dar comida aos pássaros e a limpar os retratos de Manuel. Sempre que chega o padeiro aproveita para por a conversa em dia com as vizinhas que vão chegando. Uma vez por outra lá vai à feira e espera todos os dias, que o destino a venha buscar.
Não vale a pena, pensar nos ses!O destino, a todos chama.