domingo, 31 de janeiro de 2010

Enchido de fé

Esta merda vive uma fase de mentira disfarçada de ultraje para Napoleónicos com fraco sentido de critica. Isto não agrada a ninguém, não vale a pena passarem por felizes sem entornar o verniz e inventar umas desculpas para terem vontade de voltar. Ide é levar na peida e não delirem com merdas que só servem para enfeitar, não há nada mais serio para aqui botar, nem uma toalha de linho para este estado de pobreza franciscana disfarçar. Botai lá qualquer coisa para tocar e animar este decapitado de ideias.. Isto anda com uma amargura, que só com dieta é que lá vai. Deixei de comer para doar os restos a quem vier espalhar o bem. Bati os mínimos a poupar nos processos metabólicos, o meu sistema nervoso já ameaçou o enterro neuronal e isto não promete. Andais aí com sede e fome, mas podem vir todos cá.. Em troca, temos carne, pão e couves para os enchidos. Só têm que arregaçar as mangas e trazer uma botelha com vinho branco. Venham todos mas venham já, que esta lavagem é dada de boa fé. Provem lá e eu digo-vos como é.

Uma espécie de estorninho

Que Deus te guarde, pura e sã. Que não te percas pelas ruas negras da sodoma e te encontre em estado de sonho vegetativo. Diz-me como foste criada, será que eras nobre ou foste traída pelas intempéries das crenças. Que tangas usavas e que ritual seguias? Que fio de pena usaste para medir o batimento da pulsação ou os membros do malfamagrifo . O que fazes aqui canária? Não devias ter fugido do teu reino. Olha, eu cá não tenho pena da tua frigidez emocional. Podes ir embora, já nem te vejo por pensamento. Deixa lá essa tormenta e imigra para cantar noutra praça. Por aqui as janelas estão fechadas, não peças para abrir as persianas que as lágrimas caem afiadas e furam qualquer ilusão. Tapa a cara com betão, que te espanta a inquietação. Os ventos por estas terras são fortes.Foge daqui, voa para outra gaiola, que eu traio, e desconfio que vou romper as grades dos maus costumes.Eu cá não tenho pena, vou atrás da gralha, que não tem quem lhe dê comer. Vou andando, vai fazendo o guardanapo com cetim, que um dia volto para me assoar. Agora, vou voar de galho em galho.

almofariz de porçelana

Eu ando-te a pressentir. Tu pressentes. Ele prosseguiu. Nós podemos prosseguir .Vós, ide-vos lá foder. Eles e elas que se fodam. Faz anos que não te vejo. Fazes anos em Janeiro. Hoje é Fevereiro. Ponho-te a mão na razão e tu dás-me o coração. Aqueço-me no fogão e tu pões o esqueleto a nú. Apagas a vela e pedes a minha chama, estás morta por me ver jogar xadrez. Queres que te coma com o meu pião?! Nas traseiras ardem cavacas em lume brando, e tu não queres que o fogo murche. Bebo o teu suco de pé num longo copo de cristal. Mato a sede, e não paro de te triturar no almofariz. Bebes como louca ao ritmo certo de uma valsa. Embriagaste-te com sumo natural e inalaste o incenso corporal que te queimou até ao pavio.Embruteci. Parti como uma louça de porcelana, depois de tanto trabalho de moagem eficaz. Fica aí a moer, porque nada dura de forma tão pura toda a vida.

quarta-feira, 27 de janeiro de 2010

O sonho

Manel com 16 anos já tem bolhas no pé, trabalha de dia e noite sem largar o boné. Toma xarope de coragem às colheradas e passa os dias refém do destino, sentindo cada dia como o primeiro. Ambiciona ser vagabundo, e vive esquecido do futuro. Embebeda-se em leite, para matar a sede do esquecimento. Os amigos cedem-lhe o leito, mas ele prefere andar sozinho, escutando o silêncio, enquanto dá uma volta ao cansaço, ganhando alento para as incertezas. Teme a madrugada e adormece cansado, que nem o barulho dos lobos o acordam. Acorda para o que não lhe apetece e não leva isso a mal. Acha que é obra do divino, e ataca de frente o encanto da juventude, não esquecendo a cobiça de uma vida. Anda com homens safados, mora com homens de luta e disputa com o coração a certeza da solidão.
Não quis assistir ao desfecho da sua história, e correu atrás de um sonho que andava à solta. Disseram-lhe um dia que a vida era dura, ele não acreditou e arregaçou as mangas. Andou em ruas desertas, disse adeus às gentes e pulou atrás da aventura. Correu de braços abertos para aqueles que o aceitam. E foi assim que viu o mundo andar para a frente.

o Grande capital

"Dizem que o ódio é babuseira e que a raiva é má conselheira, mas nós com o grande capital damo-nos mesmo muito mal."

Fui há tempos ao banco para pedir um empréstimo para uma aquisição maquinal. Não correu bem, precipitei-me e vim embora porque não percebo nada de bancocracia.
Parece que há uns anos, depois do escambo (embrulha esta), o dinheiro era feito em ouro, o pessoal por uma questão de segurança, guardava-o bem guardadinho, em sitíos bem segurinhos. Pois é, parece que os ourives já na altura, não facilitavam nesta coisa da segurança. Ora os ourives para controlar o dinheiro ao pessoal, passavam uma espécie de recibo, para controlar a malta. A cada depósito passavam um recibo. Ora como consequência, os recibos passaram a ser aceites como dinheiro e era raro o pessoal mexer no seu ouro e prata, até porque era pesado e já na altura havia mialgias, não havia era voltaren. Foi então que os ourives, tiveram a ideia de criar notas para fazer empréstimo ao pessoal que não tinha ouro e prata no banco e para isso cobravam juros. Os juros que ganhavam era fruto do ouro e prata do pessoal que o tinha guardado.
Depois faço um depósito com o resto.

domingo, 24 de janeiro de 2010

A fada e o homenzinho

Lá ia o senhorzinho com o seu cheiro de fé, tiro liro ou tiro lé. Tinha um ninho de má fadas malfadadas, quando pensava nisso ui, suspiro e ahhhh. Sempre que o homenzinho tremia, bebia um copo de água e ráz tráz, o homenzinho com o medo ficava. De vez em quando desaparecia e só a fada o via. Sempre que ela se aproximava ele, fugia de tanto medo que tinha. Toda a gente se lembrava dele, mas ninguém sabia o seu nome, sempre que alguém se aproximava dele, mais medo ele tinha e tremia, tremia e sofria. Um dia, encheu-se de coragem e fugiu, saltou para dentro de um poço, talvez a morte levasse o feitiço. Passado alguns minutos imergiu, apoiado nos braços da fada, que o deixou num manto de folhas no meio da floresta. Passado três dias a fada voltou, e enquanto ele dormia escondido no meio das folhas aproximou-se lentamente, observou o senhorzinho, que atá a dormir tremia, colocou a mão em volta do seu pescoço, encostou os lábios junto aos dele e ele chorou. O homem acordou, a fada evaporou, olhou para todos os lados, chamou pela fada e nada. Sempre que pensava na fada mais seguro de si ficava e sempre que ficava sozinho tremia. A solidão fazia-o pensar na fada, com o tempo a saudade aumentou, o homenzinho não resistiu, comeu uns bagos venenosos e morreu para se juntar para sempre à sua fada.

Quando me deito

As mãos da dentista é que me acalmam quando me deito. Perante a iluminação que me entra em forma de onda, dedico-me à reflexão e, flecte insiste, flecte insiste. Na cadeira da dentista é que me sento a preceito, espantando o remorso dos azeites. Começo a rezar ai, ai meu Deus não me corte não me aleije, que eu não os volto a deixar fermentar, que se aplique e não falhe na arte da manipulação das alfaias metró bélicas. Juro só assim esquecer os tormentos da semana e tapar os buracos abertos pelas toupeiras, e eu acabo essa praga,termino com ela mas, não me tirem as cenouras da arca da vizinha..ai deus me acuda, se não me hei-de vingar. Não tenho jeito para vender tremoço, mas dou um jeito com a tesoura e juro que não corto mais, seja em quem for, e vou alisar o véu destapado que torpe e enfeitar com a trincha a cara do moço, mas por favor, não lhe tirem o almoço. Chiça pra mim. Eu dou um jeito, não lhe tirem o almoço.

temos muitos nabos a nascer das burrices da terra..

Vou aproveitar esta minha fugaz passagem para dizer que, está tudo bem comigo. A centrifugadora já funciona e estou a ficar craque na arte do sapateado. Deixo os pseudo nabos germinar em relativa velocidade de desabrochamento. Podem dizer que sou parolo por não ler o Peixoto e preferir a Sarah Beirão., a mim não me interessa que se debruçem sobre a corrupção na OMS ou da ocupação Americana após o sismo no Haiti. Nada está perdido, não me enervem muito porque senão tenho que chamar o Sá Pinto, e ser obrigado a vos enfiar umas buchas à Sá Viola. Prefiro dedicar-me a sobreposição das solas e não veicular ramificações de espinhos venenosos na cauda. Podem dizer o que vos aprouver. Eu cá, zás, trás, à porta da minha sogra não se pode namorar.

segunda-feira, 4 de janeiro de 2010

Cartão Jovem 30

É com alguma desconfiança que festejo as passagens de ano. Sinto-me a ficar mais velho e passado dos cornos, e o passado( não dos cornos), mas temporal, a ficar mais longe e o futuro aproximar-se a uma velocidade desproporcional, relativamente à velocidade de planeamento territorial intemporal.Às vezes preciso destas merdas para me sentir um jovem. E é por essa razão que cada vez mais me sinto um jovem.Mas com o alargamento do cartão jovem até aos 30 anos, ui. Hoje sim, sinto-me velho como o Saramago ou o Manuel de Oliveira(que por sinal tem um grande filme em 2009). Ainda me lembro dos tempo em que usava o dito cartão, para vincar as cartas que escrevia às miúdas. Bom, toca lá a por essa coisa a andar, para ver se ainda aproveito uns aninhos esta coisa da jovenialidade.

Um bom cd anti rugas de 2009 para recuperar a vivacidade da sua pele intra auditiva, e acompanhar a reestruturação capilar cerebral, de certeza um bom tónico facial para descontrair e se tornar jovem durante muitos e longos anos..