domingo, 24 de janeiro de 2010

Quando me deito

As mãos da dentista é que me acalmam quando me deito. Perante a iluminação que me entra em forma de onda, dedico-me à reflexão e, flecte insiste, flecte insiste. Na cadeira da dentista é que me sento a preceito, espantando o remorso dos azeites. Começo a rezar ai, ai meu Deus não me corte não me aleije, que eu não os volto a deixar fermentar, que se aplique e não falhe na arte da manipulação das alfaias metró bélicas. Juro só assim esquecer os tormentos da semana e tapar os buracos abertos pelas toupeiras, e eu acabo essa praga,termino com ela mas, não me tirem as cenouras da arca da vizinha..ai deus me acuda, se não me hei-de vingar. Não tenho jeito para vender tremoço, mas dou um jeito com a tesoura e juro que não corto mais, seja em quem for, e vou alisar o véu destapado que torpe e enfeitar com a trincha a cara do moço, mas por favor, não lhe tirem o almoço. Chiça pra mim. Eu dou um jeito, não lhe tirem o almoço.