domingo, 31 de janeiro de 2010

almofariz de porçelana

Eu ando-te a pressentir. Tu pressentes. Ele prosseguiu. Nós podemos prosseguir .Vós, ide-vos lá foder. Eles e elas que se fodam. Faz anos que não te vejo. Fazes anos em Janeiro. Hoje é Fevereiro. Ponho-te a mão na razão e tu dás-me o coração. Aqueço-me no fogão e tu pões o esqueleto a nú. Apagas a vela e pedes a minha chama, estás morta por me ver jogar xadrez. Queres que te coma com o meu pião?! Nas traseiras ardem cavacas em lume brando, e tu não queres que o fogo murche. Bebo o teu suco de pé num longo copo de cristal. Mato a sede, e não paro de te triturar no almofariz. Bebes como louca ao ritmo certo de uma valsa. Embriagaste-te com sumo natural e inalaste o incenso corporal que te queimou até ao pavio.Embruteci. Parti como uma louça de porcelana, depois de tanto trabalho de moagem eficaz. Fica aí a moer, porque nada dura de forma tão pura toda a vida.