domingo, 21 de fevereiro de 2010

Histórias por acabar

Estimados leitores, peço apenas 10 minutos de concentração.Vou escrever a história de uma individuo, de seu nome Cabral Alberto Leão . O Alberto possivelmente nunca o viram ou ouviram falar, mas já vós digo que é mais conhecido que o pároco local. A casa dele fica isolada no meio do matagal, entre as duas povoações. Sempre que ele aparecia na aldeia para comprar farinha para os animais, os miúdos aproximavam-se dele para o ouvir contar histórias. As mães ainda gritavam para terminarem o lanche, mas os miúdos não queriam saber e corriam como loucos para não perder nenhuma história. A aldeia ficava mais calma, as mães aproveitavam esses momentos para descansar ou lavar o chão. Já os homens, olhavam à porta dos cafés para o espectáculo, uns riam enquanto seguravam as canecas de cerveja, outros vigiavam os filhos, enquanto sorrateiramente tentavam ouvir as últimas de Alberto. O homem de quem se fala, tem perto de 30, era alto, com olhar meigo, usava calças de fazenda larga e camisas finas e tinha um chapéu de aba. Vivia sozinho desde a morte da sua mãe, e ocupava o seu tempo entre os trabalhos manuais, o cuidado com os animais e os passeios no mato onde aproveitava para trazer algumas cavacas para se aquecer do frio do inverno. A casa era de pedra, pequena e muito antiga com um grande quintal, que fazia fronteira com um denso mato onde habitavam diferentes espécie de árvores e animais. Na época das chuvas Alberto, dedicava-se as construções em madeira e à criação de pequenas histórias, que depois de terminadas iam para dentro de uma caneca de louça que tinha no móvel da cozinha. Sempre que a primavera chegava, tratava dos estragos causados pelas chuvas e começava a preparar as terras para os primeiros cultivos. E, no Verão lá ia ele ao Deus dará, de Aldeia em Aldeia contar as histórias que escrevia durante o Inverno.
Ando com dificuldades em separar o passado do presente, mas esta vai ter futuro.