sexta-feira, 12 de junho de 2009

Um amor e uma escada................

Num dia de junho, estava eu na oficina a reparar uns sapatos quando oiço o meu avô gritar o meu nome, aflito corri até ele. Quando o encontrei, avistei ao seu lado uma moça muito bem parecida que nunca tinha visto. Perguntei ao meu avó o que se tinha passado, preciso que vás com a filha da D. Rosa para lhe abrires a porta, mas leva o escadote que precisas de subir pela varanda, disse ele. Assim foi, fui buscar o escadote e fui até casa da moça. Durante o caminho quase não falámos, ela apenas disse que se distraiu e fechou a porta sem querer quando foi à padaria, e que quando chegou reparou que se esquecerá da chave. Era um dia de calor, e por isso ela por sorte tinha a janela da varanda aberta, era só entrar e abrir a porta. Apoiei a escada na parede e subi, mas, no momento em que alçei a perna para passar a grade o meu telémovel caiu. Ainda me recordo de a ver levar as mãos a boca e eu lá de cima dizer que não havia problema, que não se preocupasse. Entrei em casa, quando abri a porta ela já estava na entrada e nas mãos tinha o dito aparelho aos bocados.Logo me disse que me queria comprar um novo, eu disse que não, que não precisava de se preocupar, pois só precisava do Telmvl para ver as horas... Notava-se que era uma menina meiga, boa e sensível. Pedi-lhe um copo de água, e num instante ela abriu a porta do frigorifíco e de lá tirou um refresco de café, perguntou se podia ser aquilo e eu disse que sim, que era a minha bebida preferida no Verão. Entretanto disse-lhe que tinha que sair para tirar a escada, e que tinha coisas para fazer na oficina. Já um pouco envergonhado, abri a porta e saí apressado ,mas, no momento em que descia os últimos degraus, coloquei mal o pé e caí. Senti uma dor muito forte no pé e sentei-me, a filha da D. Rosa tinha visto tudo e desceu imediatamente para me ajudar, perguntou-me se estava bem, eu respondi que sim, mas ela percebeu que eu estava com dores, voltou a subir as escadas e descer com um copo na mão e uma pomada na outra. Nessa altura eu já estava sem sandálias, ela disse para eu beber a água e disse que ia por um bocado de pomada. Enquanto estou a escrever esta merda, sinto as mãos dela a passar suavemente no meu pé, foi inesquecível. Ela estava pior do que eu, não parava de dizer que era uma parva, que era tudo por sua caus. Enquanto massajava os meus pés, perguntou-me o nome, disse que conhecia o meu avó à muitos anos, mas que não sabia que eu era seu neto. Disse-lhe que vim viver com ele à pouco tempo, e que antes vivi com os meus pais noutro lugar.
O seu nome era Isabel, andava na Universidade há cerca de 5 anos, só vinha à vila no verão para passar uns dias com a mãe. Antes de me ir embora não resisti à sua beleza e disse-lhe que era muito bonita e que adorei as suas massagems, nesse momento ela agarrou-me a mão, aproximei-me a ela, encostei a minha boca à dela e beijámo-nos. Nos dias seguintes e sem que o meu avó desconfiasse passei tardes e tardes de amor com a Isabel. Mais tarde pediu-me para ir com ela para a cidade, que me podia arranjar um bom emprego, eu disse que não queria deixar o meu avó, e que me sentia feliz ali. Depois disso, nunca mais a vi..
Na terça feira tive que ir à oficina buscar os sapatos da esposa do Sr, Horácio, o meu avó vinha ao meu lado, ouvi umas buzinadelas e perguntei-lhe quem se tinha casado.A filha da D. Rosa, respondeu ele. Entrei na oficina, dei os sapatos ao meu avó e disse que ia aproveitar para fazer umas coisas. Fiquei a tarde toda a olhar para a escada.