sexta-feira, 5 de fevereiro de 2010

Guerra das emoções

Erma, a filha do general já não sabia o que fazer. A manhã era cinzenta, os passeios feitos de paralelos brancos com pequenos desenhos cinzentos no meio da passadeira. Os agentes passeavam pelos cantos da sala de passo ligeiro e postura direita, apanhados por um fio incolor que os controlava do tecto. Na cara de Erma não se vislumbram emoções, seguia cuidadosamente a fila de aproximadamente 20 crianças em direcção a uma sala. As cortinas eram brancas, as paredes eram rasagadas por portadas em vidro, os raios entravam aguçados e eram altamente penetrantes. As vistas apenas alcançavam o branco o fundo das paredes. A sala era ampla, com um tecto envidraçado, e oval. Não se ouvia nada, apenas os soldados vestidos de branco, de cabeça rapada, que apenas comunicava com gestos. No seu uniforme apenas se liam as iniciais NE. Ningém sabia o que aquilo quereria dizer. A fila era ordenadamente dirigida para um elevador, que as transportava para o piso inferior. Ao chegar ao piso -1, Erma e observou um grande número de crianças sentadas, com uns fios que saiam das cadeiras e que se agarravam as cabeças por ventosas. Nem ela nem ninguém percebia o que se passava, o ambiente era calmo, os passos leves e não se ouviam ruídos. No meio da sala havia uma lista florescente no chão, os dois soldados agarraram Erma pelos braços, despiram-na e deitaram-na num tapete rolante. Ao chegar ao outro piso rapidamente lhe tiraram as medidas e vestiram um fato branco com o número t33. A sala era fria, dela saiam vapores quentes e não existia nada, apenas uma prateleira com um grande número de roupas brancas, capacetes, luvas botas e jardineiras. Depois de vestidas, foram encaminhadas para outra sala. O piso era escuro, e nada se via excepto as pilhas que os soldados tinham em suas mãos. Aguardaram durante 2horas. Entretanto num canto da sala desceu uma luz amarela, era uma cadeira dourada que era suportada por quatro soldados. Deixaram a cadeira no meio da sala. As crianças olharam apavoradas , enquanto encostavam os seus corpos franzinos uns aos outros. Um som estridente rompeu num dos cantos da sala, dela saiu um homem que se aproximou e se sentou na cadeira. O homem largou algumas palavras, uma das crianças começou a chorar, um dos soldados aproximou-se, desembainhou um sabre, que rapidamente fez passar junto ao pescoço da criança. A cabeça caiu, o sangue jorrou sobre os que estavam ao seu lado. O homem prontamente avisou, que o mesmo aconteceria a quem voltasse a derramar uma lágrima. As crianças, olharam umas para as outras com temor em grande estado de pânico. O homem do alto da cadeira, ordenou que a partir daquele momento, ninguém poderia chorar, rir ou mostrar qualquer tipo de emoção. Estas foram as únicas palavras que disse. Durante largos momentos só se ouviram gemidos e o homem e os soldados abandonaram a sala. As crianças passaram a noite na sala escura com medo, fome e sono, sem rir chorar ou mostar a sua raiva, ódio ou nojo por tais criaturas....